Ensino Confessional forma para a vida
Mais do que formação acadêmica voltada ao vestibular. A proposta de colégios confessionais é oferecer aprendizado ético e norteado por valores como amor ao próximo e igualdade.Matéria de Natália Fernandes
Diário do Grande ABC
No Grande ABC, pelo menos quatro
comunidades religiosas são contempladas com escolas que visam preparar o
estudante de acordo com os preceitos básicos das doutrinas a que estão
vinculadas. O curioso é que mesmo famílias que não seguem preceitos
católicos, islamitas, metodistas e adventistas podem e acabam
matriculando seus filhos nestes centros de ensino.
Diferentemente do ensino público que é laico, as instituições particulares têm a formação religiosa em sua grade curricular. Isso não quer dizer que o aluno será doutrinado, já que a proposta é despertar nos estudantes o pensamento solidário e respeito às diferenças. Tudo para envolver a comunidade que não pertence àquela religião específica.
As instituições também não usam a religião como critério para a contratação de profissionais. Outra característica é a seriedade e a tradição em manter regras para evitar exageros em relação a vestimenta e comportamento, por exemplo.
Ensino baseado em valores e princípios éticos
O colégio católico ESI (Educação Scalabriana Integrada) São José de Santo André - fundado há 68 anos -, tem 90% de seus 1.200 alunos como seguidores do catolicismo. Segundo a diretora da instituição de ensino, Irmã Daugana Maria Soares, os pais procuram no colégio formação que vai além do preparo para o vestibular. "Trabalhamos os valores e princípios éticos".
Além dos aspectos do catolicismo estarem inseridos no espaço, na forma de imagens de santos e capela, onde alunos praticam oração uma vez por semana, a reza está implícita no cotidiano da instituição. Antes das aulas, oração é proferida em som ambiente e para o Ensino Infantil, o agradecimento pelo alimento está presente antes das refeições. Já a catequese para as crianças e a participação em missas são opcionais.
Diferentemente do ensino público que é laico, as instituições particulares têm a formação religiosa em sua grade curricular. Isso não quer dizer que o aluno será doutrinado, já que a proposta é despertar nos estudantes o pensamento solidário e respeito às diferenças. Tudo para envolver a comunidade que não pertence àquela religião específica.
As instituições também não usam a religião como critério para a contratação de profissionais. Outra característica é a seriedade e a tradição em manter regras para evitar exageros em relação a vestimenta e comportamento, por exemplo.
Ensino baseado em valores e princípios éticos
O colégio católico ESI (Educação Scalabriana Integrada) São José de Santo André - fundado há 68 anos -, tem 90% de seus 1.200 alunos como seguidores do catolicismo. Segundo a diretora da instituição de ensino, Irmã Daugana Maria Soares, os pais procuram no colégio formação que vai além do preparo para o vestibular. "Trabalhamos os valores e princípios éticos".
Além dos aspectos do catolicismo estarem inseridos no espaço, na forma de imagens de santos e capela, onde alunos praticam oração uma vez por semana, a reza está implícita no cotidiano da instituição. Antes das aulas, oração é proferida em som ambiente e para o Ensino Infantil, o agradecimento pelo alimento está presente antes das refeições. Já a catequese para as crianças e a participação em missas são opcionais.
O
colégio Adventista é a segunda maior rede confessional do mundo. Na
região, há cinco instituições de ensino que seguem os preceitos da
religião. A unidade de São Bernardo tem 15 anos e cerca de 10% dos 900
alunos adventistas. Apesar disso, os ensinamentos bíblicos decoram o
ambiente na forma de salmos e imagens de Jesus Cristo. Orações também
são realizadas diariamente
antes do começo das aulas. O diretor da escola, Heber Ferreira de
Oliveira, explica que a filosofia do colégio é de que os ensinamentos
são para a eternidade.
Os pais, ainda que não pertencentes à mesma religião, sentem-se satisfeitos, caso do ferramenteiro Eliedes Faustino, 47 anos. Apesar de a família ser católica, a filha, Eloísa, está no 7º ano da escola adventista. "Deus é um só e estou satisfeito com a qualidade do ensino", destaca. No próximo ano, ele colocará a filha mais nova no colégio.
Alunos metodistas são minoria na instituição de S.Bernardo
Aproximadamente 15% dos alunos matriculados no Colégio Metodista de São Bernardo - que tem 26 anos de existência - seguem a religião adotada pela instituição de ensino. O número mostra que o projeto pedagógico da escola, de oferecer ensino de qualidade unido à tarefa de formar um cidadão consciente, é o que tem atraído alunos.
A proposta de ensino segue os ensinamentos cristãos, de busca por uma sociedade melhor e igualitária para todos.
O projeto arquitetônico e a decoração em nada lembram a religião metodista. E as celebrações religiosas são optativas.
O reverendo e coordenador da Pastoral Escolar, Luiz Eduardo Prates da Silva, explica que alguns pais metodistas até cobram uma postura mais rígida por parte do colégio, no entanto, a proposta é ser uma escola plural. "Trabalhamos com o diálogo entre alunos, pais e funcionários por meio de rodas de conversa", diz.
Os pais, ainda que não pertencentes à mesma religião, sentem-se satisfeitos, caso do ferramenteiro Eliedes Faustino, 47 anos. Apesar de a família ser católica, a filha, Eloísa, está no 7º ano da escola adventista. "Deus é um só e estou satisfeito com a qualidade do ensino", destaca. No próximo ano, ele colocará a filha mais nova no colégio.
Alunos metodistas são minoria na instituição de S.Bernardo
Aproximadamente 15% dos alunos matriculados no Colégio Metodista de São Bernardo - que tem 26 anos de existência - seguem a religião adotada pela instituição de ensino. O número mostra que o projeto pedagógico da escola, de oferecer ensino de qualidade unido à tarefa de formar um cidadão consciente, é o que tem atraído alunos.
A proposta de ensino segue os ensinamentos cristãos, de busca por uma sociedade melhor e igualitária para todos.
O projeto arquitetônico e a decoração em nada lembram a religião metodista. E as celebrações religiosas são optativas.
O reverendo e coordenador da Pastoral Escolar, Luiz Eduardo Prates da Silva, explica que alguns pais metodistas até cobram uma postura mais rígida por parte do colégio, no entanto, a proposta é ser uma escola plural. "Trabalhamos com o diálogo entre alunos, pais e funcionários por meio de rodas de conversa", diz.
Escola islâmica oferece ensino do idioma árabe aos alunos
Apesar de não ser exclusivo para a comunidade muçulmana, o Colégio Islâmico Brasileiro Abu Baker Assadik tem apenas três de seus 69 alunos de outra religião. Além de ensino focado nos ensinamentos do Alcorão - o livro sagrado dos islamitas -, a instituição criada há seis anos oferece o idioma árabe para seus alunos.
A rotina de orações das crianças - feita uma vez ao dia - obedece os mandamentos e começa com a ablução - ritual de purificação por meio de lavagem das mãos, boca, rosto, braços, cabelo, orelhas e pés. Toda sexta-feira é feita uma oração especial em agradecimento pela vida.
A diretora da escola, Verônica Hannis de Lima, explica que procurar o conhecimento é um dos pilares da religião e que o temor a Deus é outro ensinamento do colégio. Para abrir possibilidades para outros alunos, a partir do próximo ano, a ideia é oferecer outro idioma, como inglês e espanhol.
Qualidade do ensino é atrativo para pais, segundo especialista
Enquanto nos países desenvolvidos a busca por colégios confessionais se dá para o aperfeiçoamento dos alunos na religião escolhida, no Brasil, essas escolas tornaram-se opção por significarem qualidade do ensino, segundo a coordenadora do curso de Pedagogia da Unicamp, Márcia Malavasi. "Houve um desvio nessa questão ideológica", destaca.
Isso se deve, segundo a educadora, pela queda da qualidade do ensino brasileiro. "Os pais não se importam com a crença desde que tenha um bom ensino", ressalta.
Se bem trabalhadas na família, as questões humanas oferecidas nas escolas confessionais, com princípios de igualdade, perdão e amor ao próximo, colaboram para a formação pessoal, segundo Márcia.
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